Neon Genesis Evangelion é, para muitos fãs — inclusive eu — um dos animes de ficção científica mais complexos, profundos e revolucionários dos anos 90. Criado por Hideaki Anno e produzido pelo icônico estúdio Gainax, o anime estreou em 1995 e mudou permanentemente a forma como a animação japonesa tratava emoções humanas, dilemas psicológicos e questões filosóficas que normalmente ficavam à margem das histórias de ação.
Evangelion vai muito além de uma trama sobre mechas enfrentando criaturas misteriosas. Ele fala sobre nós — medos, inseguranças, expectativas e o peso enorme de existir num mundo que nem sempre nos entende. A jornada de Shinji, Rei, Asuka e todos os personagens é, de certo modo, um espelho doloroso e belo da vida real. Cada episódio parece tocar em algo íntimo, quase escondido dentro da gente.
A história de Neon Genesis Evangelion
A trama de Neon Genesis Evangelion se passa em um futuro pós-apocalíptico, anos depois do devastador Segundo Impacto, um evento misterioso que matou boa parte da humanidade e mudou para sempre o curso da civilização. Desde esse desastre, a humanidade vive em alerta constante, tentando se reerguer enquanto enfrenta uma nova ameaça: criaturas colossais e enigmáticas conhecidas como Anjos. Eles não são monstros comuns — cada um possui uma aparência, natureza e propósito completamente diferentes, quase como manifestações de algo que desafia nossa compreensão. Quando eles surgem, não é apenas a cidade que treme; é o planeta inteiro que volta a lembrar o quão frágil a humanidade realmente é.
Para enfrentar esses seres, a organização NERV desenvolve os EVA Units, mechas gigantes que mais parecem seres vivos cobertos por armaduras. Diferente dos robôs tradicionais dos animes da época, os EVAs têm personalidade, presença física, instintos — e até segredos perturbadores. Eles não são simplesmente máquinas: são extensões das emoções dos pilotos.
E é justamente isso que torna a jornada de Shinji Ikari tão impactante. Chamado pelo pai, Gendo Ikari, um homem frio e distante, Shinji se vê forçado a pilotar o EVA-01. Mas ele não é um herói confiante. Ele é um garoto de 14 anos carregando uma bagagem emocional pesada demais para sua idade: abandono, medo do fracasso, sentimento de inadequação e um desejo desesperado de ser aceito. Quando ele entra na cápsula de pilotagem, não estamos assistindo apenas a um garoto enfrentando monstros — estamos vendo alguém lutando consigo mesmo.
E essa é a magia de Evangelion: cada batalha é uma metáfora para algo muito maior. Rei Ayanami, silenciosa e misteriosa, carrega um vazio existencial que faz o espectador questionar o que significa “ser humano”. Asuka Langley Soryu, explosiva e orgulhosa, esconde um sofrimento tão profundo que seu brilho vira armadura. Misato Katsuragi, aparentemente divertida e espontânea, luta diariamente para esconder suas cicatrizes emocionais. Cada personagem é um pedaço da psique humana colocado sob uma lente de aumento.
Conforme a história avança, Evangelion abandona cada vez mais a estrutura clássica de ação e ficção científica e mergulha num oceano de introspecção. O espectador é levado para dentro da mente dos personagens — e, de certa forma, para dentro da própria mente. São episódios que misturam psicanálise, teologia, filosofia existencialista e simbolismos complexos que continuam sendo estudados e debatidos décadas depois.
Como fã, o episódio 19 de Evangelion sempre foi um dos momentos que mais me marcou na série — e até hoje eu lembro exatamente da sensação que tive quando assisti pela primeira vez.
Quando Shinji decide ir embora, eu realmente achei que ele não voltaria. A tensão daquele episódio é tão intensa que parece que você está ali, dentro de Tóquio-3, vendo tudo desmoronar. E quando o Anjo derrota a Asuka daquela forma brutal, eu senti um aperto no peito, como se estivesse vendo uma amiga ser destruída diante dos meus olhos.
Mas nada — absolutamente nada — me preparou para o retorno de Shinji ao Eva-01. Aquilo não é só uma batalha; é um colapso emocional, psicológico e físico acontecendo diante da gente. Quando o Eva “desperta”, quebrando todos os limites, eu fiquei completamente sem palavras. Era assustador e fascinante ao mesmo tempo. Ver a máquina agir como um ser vivo, devorar o Anjo e perder o controle foi uma das cenas mais impactantes que já vi em qualquer anime.
Naquele momento, eu realmente entendi porque Evangelion é tão diferente. Não é só sobre lutas épicas. É sobre dor, medo, crescimento, abandono e sobrevivência. O episódio 19 me fez perceber que eu não estava vendo apenas um anime — eu estava vivendo uma experiência emocional que mexia comigo de verdade.
Até hoje, quando penso em Evangelion, esse episódio é o primeiro que vem à minha mente. É o tipo de cena que você nunca esquece.
Por que Evangelion foi revolucionário
Nos anos 90, Evangelion simplesmente pegou tudo o que a gente conhecia sobre animes de mecha e virou de cabeça para baixo. Até então, esse gênero seguia um padrão confortável: robôs gigantes, batalhas épicas, heróis confiantes salvando o mundo. Mas quando Evangelion chegou, eu senti como se tivesse sido atingido por algo completamente novo — quase desconfortável, mas impossível de ignorar. Hideaki Anno não queria apenas mostrar lutas; ele queria abrir a mente e o coração dos pilotos, mostrar suas feridas, seus medos e aquilo que ninguém tinha coragem de colocar na tela naquela época.
A série falava de depressão, ansiedade, solidão, sentimento de inadequação… e pela primeira vez eu via personagens que não eram perfeitos, que não sabiam o que estavam fazendo, que simplesmente tentavam sobreviver aos próprios pensamentos enquanto enfrentavam monstros colossais. Saber depois que tudo isso refletia a própria crise emocional do Anno só fez a obra ficar ainda mais profunda para mim. Era como se cada episódio fosse um pedaço da alma dele — e, de alguma forma, um pedaço da minha também.
O final da série, tão enigmático e introspectivo, foi um tremendo choque quando assisti pela primeira vez. Eu lembro de ficar sentado na frente da tela, tentando processar tudo. Era confuso, mas ao mesmo tempo parecia… certo. Quando assisti The End of Evangelion, a sensação foi ainda mais intensa. A mistura de caos, beleza, dor e revelações mexeu comigo de uma forma que poucas obras conseguiram. Até hoje, cada vez que revejo o filme, encontro algo novo, uma camada simbólica que não tinha percebido antes.
Evangelion não só revolucionou a narrativa dos animes — ele mudou a maneira como eu vejo ficção. A série abriu espaço para discutir de forma séria temas como saúde mental, identidade, espiritualidade e propósito. E fez isso sem subestimar quem estava assistindo. Ele confiou em nós, fãs, para pensar, sentir e interpretar.
Por isso, quando dizem que Evangelion é apenas um anime, eu sorrio. Para mim, Evangelion é uma experiência. É algo que me confrontou, me emocionou e me acompanhou em fases difíceis da vida. Ele se tornou parte de quem eu sou — e tenho certeza de que muitos fãs sentem exatamente o mesmo.
Os animes atuais influenciados por Evangelion
A influência de Neon Genesis Evangelion é algo que eu consigo sentir até hoje, toda vez que começo um novo anime. Dá pra perceber como a obra do Hideaki Anno deixou uma marca profunda na indústria — não só visualmente, mas na forma como os criadores passaram a tratar temas psicológicos, emocionais e existenciais. E como fã, é impossível não reconhecer esses ecos.
Attack on Titan (Shingeki no Kyojin), por exemplo, sempre me lembra aquela sensação opressiva que Evangelion transmitia: jovens carregando um peso impossível, enfrentando criaturas gigantescas enquanto tentam entender quem são e por que precisam lutar. A dor, os dilemas morais, o senso constante de que a humanidade está no limite… tudo isso parece uma extensão natural do que Evangelion começou.
Darling in the FranXX é talvez o caso mais explícito. Feito por ex-membros da Gainax, ele praticamente conversa com Evangelion o tempo todo. Os mechas, as conexões emocionais entre os pilotos, a solidão, o vazio, a busca por identidade… É como se eu estivesse vendo uma geração que cresceu assistindo Evangelion e agora tentasse responder ao que a série despertou neles.
Code Geass, apesar do contexto político, também traz muito dessa carga introspectiva. Lelouch, com seu conflito entre poder, responsabilidade, culpa e moralidade, sempre me fez lembrar de Shinji — não pela personalidade, mas pela profundidade emocional que ambos carregam. São protagonistas que não têm respostas prontas, que erram, que sofrem… que são humanos.
Made in Abyss, então, é pura herança espiritual. A forma como o anime explora o abismo externo e interno do ser humano — medo, dor, desespero, curiosidade, vontade de seguir em frente — me lembra muito como Evangelion nos fazia olhar para dentro, nem sempre de forma confortável, mas sempre com honestidade brutal.
E quando penso em obras como Re:Zero e Chainsaw Man, fica claro como esse legado continua vivo. Ambas mergulham fundo em trauma, identidade, propósito, autodestruição emocional… e isso, pra mim, é Evangelion pulsando na geração atual. São histórias que não têm medo de mostrar o lado feio da mente humana, justamente porque Evangelion abriu o caminho.
Onde assistir Evangelion e os animes influenciados. Clique aqui.
Hoje, Neon Genesis Evangelion e seus filmes estão disponíveis na Netflix, com dublagem e legendas em português. A plataforma também oferece os filmes Evangelion: Death (True)² e The End of Evangelion, que complementam o final original.
Além disso, a Amazon Prime Video disponibiliza a nova tetralogia de filmes Rebuild of Evangelion, uma reinterpretação moderna da série original, com animação atualizada e novas perspectivas para os personagens.
Os animes que receberam forte influência de Evangelion também estão em plataformas populares:
- Attack on Titan – disponível na Crunchyroll e Netflix.
- Code Geass – disponível na Crunchyroll.
- Darling in the FranXX – disponível na Crunchyroll.
- Re:Zero – disponível na Crunchyroll.
- Made in Abyss – disponível na Amazon Prime Video.
O legado de Neon Genesis Evangelion
Mesmo após quase três décadas, Evangelion continua sendo um marco da animação japonesa. Sua mistura de ficção científica, filosofia e drama psicológico inspirou não apenas outros animes, mas também obras ocidentais, como Matrix, Pacific Rim e Inception.
Evangelion redefiniu o conceito de herói, mostrando que coragem também é enfrentar a própria dor.
Ao assistir hoje, é fácil entender por que essa obra permanece atemporal, emocional e intelectualmente desafiadora.
Conclusão
Neon Genesis Evangelion é mais que um anime — é uma experiência emocional e filosófica que marcou a história da animação mundial.
Sua influência moldou animes como Attack on Titan, Darling in the FranXX e Code Geass, mantendo viva a essência da ficção científica dos anos 90 com novas vozes e olhares.
Assistir Evangelion hoje é revisitar o nascimento de uma era — uma que ainda continua ecoando nas produções mais impactantes da atualidade.
Neon Genesis Evangelion é um dos animes mais marcantes da história, e seu impacto continua vivo entre fãs antigos e novos. Termos como Evangelion, anime Evangelion e até siglas como NGE seguem entre os mais pesquisados por quem busca entender o significado filosófico e psicológico da obra. A série se destaca pela profundidade de seus personagens, como Shinji Ikari, Asuka Langley, Rei Ayanami e Misato Katsuragi, cada um carregando camadas complexas de humanidade, traumas e emoção. Não é à toa que buscas relacionadas a análise de Evangelion, crítica Evangelion, explicação Evangelion e simbolismo Evangelion continuam crescendo.
O universo da série é construído ao redor de conceitos únicos, como os misteriosos Anjos (Angels), a organização NERV, os enigmáticos objetivos da SEELE, além dos eventos que marcaram a humanidade, como o Segundo Impacto e o temido Terceiro Impacto. Os fãs também procuram muito por termos como EVA Units, EVA-01, LCL, Geofront, Adão, Lilith e temas como teologia, existencialismo, depressão, vazio existencial e instrumentalidade, já que esses elementos são fundamentais para a compreensão da mitologia da obra.
A franquia também alcançou novos públicos com seus filmes e diferentes versões, incluindo The End of Evangelion, Death and Rebirth e a tetralogia Rebuild of Evangelion — Evangelion 1.0, Evangelion 2.0, Evangelion 3.0 e Evangelion 3.0+1.0 Thrice Upon a Time. Esses títulos são frequentemente buscados por fãs que desejam entender diferenças entre Evangelion, final de Evangelion, interpretações de Evangelion e toda a simbologia religiosa que tornou a obra um marco da cultura pop.
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