Com a chegada de Marvel Zombies (2025), muita gente está empolgada para ver os heróis da Marvel enfrentando versões corrompidas de si mesmos. Mas, como fã de anime que cresceu nos anos 90, não consigo deixar de pensar no quanto essa tendência dos mortos-vivos tem raízes profundas lá na animação japonesa. Muito antes de Capitão América, Homem-Aranha ou Wolverine encararem seus próprios reflexos monstruosos, os animes já nos faziam sentir aquele frio na espinha com histórias que misturavam infecção, mutação, decadência e, principalmente, o medo de perder aquilo que nos torna humanos.
Nos anos 80 e 90, obras como Devilman, Genocyber, Wicked City, Bio Hunter e até Akira já apresentavam corpos que se transformavam de maneira grotesca, mentes à beira do colapso e mundos onde a tecnologia e a biologia se misturavam de forma aterrorizante. Assistir a esses animes era como observar o nascimento do terror biotecnológico moderno — aquele medo visceral de que o inimigo não é apenas algo externo, mas algo que cresce dentro de nós, silenciosamente, até nos consumir.
Esses animes clássicos não só abriram caminho para o terror contemporâneo, como moldaram a forma como percebemos infecção, mutação e colapso psicológico nas narrativas atuais. Por isso, ao ver Marvel Zombies chegando com tudo em 2025, eu não consigo evitar um sorriso: é como assistir uma nova geração descobrindo um gênero que nós, fãs de longa data, aprendemos a amar muito antes dos super-heróis entrarem na jogada.
Vampire Hunter D (1985)
Vampire Hunter D sempre foi, para mim, um dos grandes marcos do terror gótico japonês. A obra apresenta um caçador meio-vampiro que vaga por um mundo devastado, repleto de mortos-vivos, demônios e criaturas que parecem ter saído de um pesadelo. A atmosfera sombria, quase sufocante, combinada com elementos de fantasia, ficção científica e necromancia, cria um universo que fica na cabeça por dias. Quando assisti pela primeira vez, fiquei impressionado com o quanto o anime já antecipava temas que hoje vemos em Marvel Zombies: a eterna batalha entre a humanidade e o instinto monstruoso que vive dentro de cada um.
Além disso, o estilo visual de Vampire Hunter D é algo que realmente marcou minha experiência. Aquela estética elegante, gótica e brutal influenciou não só artistas japoneses, mas também muitos criadores ocidentais — incluindo alguns que, anos depois, colaboraram com a própria Marvel. Cada cena parecia uma pintura viva, e o clima de desolação misturado com esperança dava profundidade ao enredo.
Como fã, sempre senti que esse anime não é apenas uma história sobre monstros e caçadores. É um lembrete constante sobre solidão, escolha e destino. D sempre me passou a sensação de alguém carregando um peso que ninguém mais poderia suportar — e mesmo assim continuava seguindo em frente, lutando contra criaturas que refletiam seus próprios medos internos. Isso sempre fez a jornada dele ser muito mais emocional do que apenas épica. É por isso que, até hoje, considero Vampire Hunter D uma obra absolutamente indispensável para quem ama terror, fantasia sombria e mundos que marcam para sempre.
Wicked City (1987)
Wicked City sempre me deixou com aquela sensação inquietante de que o terror pode estar à espreita em qualquer lugar. No anime, os demônios invadem o mundo humano assumindo formas grotescas, sinuosas e perturbadoras, e mesmo que não seja um título de zumbis no sentido literal, sua estética corporal extrema e o clima de terror psicológico lembram muito a corrupção física e moral que vemos nos heróis deformados de Marvel Zombies (2025).
Quando assisti pela primeira vez, fiquei impressionado com a forma como o mal se infiltra de maneira silenciosa e inevitável — exatamente como o vírus que devasta os personagens da Marvel. Em Wicked City, não existe apenas ação; existe tensão, sedução, medo e aquela sensação de que qualquer pessoa pode ser tomada por algo terrível a qualquer momento. A narrativa brinca com limites humanos, com identidades quebradas e com a fragilidade do corpo diante do sobrenatural.
Como fã, sempre senti que esse anime vai além do choque visual. Ele cria um desconforto emocional que permanece depois dos créditos, explorando o lado sombrio das relações humanas e o perigo que vem de confiar demais no que os olhos veem. É uma obra que nos lembra que o verdadeiro horror não precisa gritar — ele apenas precisa se aproximar devagar, disfarçado, até ser tarde demais.
Baoh (1989)
Baoh é, sem exagero, uma daquelas relíquias esquecidas da ficção científica japonesa que mereciam muito mais reconhecimento. A história de um jovem infectado por um parasita experimental que o transforma em uma arma viva sempre me marcou profundamente. Quando assisti pela primeira vez, fiquei fascinado — e, ao mesmo tempo, desconfortável — com a ideia de ver alguém perder o controle do próprio corpo enquanto ganha habilidades que nenhum ser humano deveria ter.
O tema da infecção como poder e maldição é o coração do anime, e é impossível não conectar isso com a mutação viral que domina os heróis em Marvel Zombies (2025). Em ambos, a linha entre herói e monstro simplesmente se dissolve, mostrando o quanto a humanidade pode ser frágil diante de forças científicas que fogem do nosso entendimento.
Como fã, sempre achei Baoh uma experiência intensa: ele mistura ação brutal, transformação corporal e emoções reais de medo e confusão. É aquele tipo de obra que te faz imaginar o que faria se algo dentro de você começasse a mudar, sem aviso, sem controle. E é justamente essa sensação — esse terror íntimo — que faz Baoh ecoar tão bem com as narrativas modernas de vírus, mutações e heróis corrompidos.
Devilman: The Birth (1987) e Devilman: The Demon Bird (1990)
Devilman, baseado na obra lendária de Go Nagai, sempre foi para mim uma das experiências mais impactantes dentro do terror apocalíptico japonês. A fusão entre humanos e demônios, criando criaturas possuídas, meio mortas-vivas, é algo que mexe profundamente com quem assiste. Quando vi Devilman pela primeira vez, senti aquele misto de horror e tristeza — porque ali, no meio de toda a violência e caos, havia uma pergunta muito humana sendo feita o tempo todo: até onde a gente continua sendo nós mesmos quando algo monstruoso toma conta do nosso corpo e da nossa alma?
Esse conceito de perder a humanidade ecoa diretamente no que vemos hoje em Marvel Zombies (2025). Lá, assim como em Devilman, heróis que antes representavam esperança e proteção se tornam ameaças catastróficas, dominados por uma força que eles não conseguem controlar. E o choque é o mesmo: observar alguém que admiramos desaparecer sob uma camada de fome, fúria ou possessão.
O impacto de Devilman é tão grande que influenciou toda a estética do terror japonês — esse clima de destruição emocional, de mundos que desmoronam tanto por fora quanto por dentro. Como fã, eu diria que assistir Devilman não é apenas ver um anime; é viver um confronto direto com a ideia de que até mesmo o herói mais puro pode sucumbir ao abismo. E, no fim, fica sempre a mesma pergunta angustiante: o que resta de um herói quando ele se torna um monstro?
Genocyber (1994)
Genocyber é, sem exagero, um dos animes mais extremos e perturbadores que já assisti — e justamente por isso ele se tornou um clássico cult do horror corporal. A trama mergulha fundo em experimentos genéticos que deformam pessoas até transformá-las em monstros cibernéticos, quase como “zumbis tecnológicos” movidos por dor, ódio e pura desumanização. Quando vi Genocyber pela primeira vez, senti um desconforto real, daquele que gruda na pele, porque não era apenas violência pela violência: era a sensação de assistir a humanidade sendo arrancada pedaço por pedaço.
E o mais incrível é como esse anime, mesmo sendo dos anos 90, antecipou a mistura de ciência, guerra, reanimação e destruição total que hoje vemos em Marvel Zombies (2025). As cenas de corpos fundidos a máquinas, cidades sendo esmagadas em segundos e vidas consumidas por tecnologia fora de controle ainda me vêm à mente como se tivesse assistido ontem. Genocyber tem uma estética cyberpunk brutal, quase desconfortavelmente honesta, que continua influenciando produções modernas de terror, ficção científica e distopia.
Como fã, sempre digo: Genocyber não é um anime para assistir de forma leve — é uma experiência intensa, crua e visceral que nos faz encarar a pergunta mais assustadora de todas: o que acontece quando a tecnologia ultrapassa completamente o limite da humanidade? É impossível ver esse anime e não carregar um pouco desse impacto depois.
Night Warriors: Darkstalkers’ Revenge (1997)
Darkstalkers’ Revenge sempre foi, para mim, uma celebração pura do lado mais extravagante e estiloso do terror japonês. Inspirado no clássico jogo da Capcom, o anime reúne vampiros, múmias, lobisomens e, claro, o lendário Lord Raptor, o zumbi guitarrista mais carismático e insano que já apareceu em uma animação. Lembro até hoje da primeira vez que o vi em cena: aquele humor macabro misturado com poses de rockstar simplesmente me conquistou na hora.
O anime tem uma energia única — ele não tenta apenas assustar, mas divertir. Ele pega o sombrio, o grotesco e o sobrenatural e transforma tudo em ação vibrante e estilizada, algo que poucos animes fizeram com tanta personalidade. E, de certa forma, isso é exatamente o que vejo agora em Marvel Zombies (2025): esse equilíbrio entre terror, humor e personagens absurdamente icônicos lidando com situações extremas.
Como fã, sempre achei fascinante perceber como Darkstalkers já explorava, décadas atrás, essa fusão entre o monstruoso e o heroico, muito antes de a cultura pop ocidental abraçar completamente essa estética. A mistura de criaturas clássicas com cenas intensas, coreografias exageradas e uma vibe quase “desenho de terror para adultos” faz o anime parecer eterno.
Darkstalkers’ Revenge é diversão sombria na medida certa — e prova de que o Japão sempre esteve um passo à frente na hora de transformar criaturas horripilantes em verdadeiros ícones da cultura pop.
A Influência nos Animes e Séries Modernas
O legado dos animes de zumbis dos anos 80 e 90 se mantém vivo em títulos como:
- Highschool of the Dead (2010): o apocalipse zumbi chega às escolas japonesas.
- Kabaneri of the Iron Fortress (2016): mortos-vivos e steampunk se unem num épico visual.
- Zombieland Saga (2018): mistura comédia e idol pop, reinventando o gênero.
- Hell’s Paradise (2023): cadáveres reanimados e terror existencial.
- Marvel Zombies (2025): os heróis mais poderosos da Terra enfrentando sua própria morte e corrupção.
A nova série da Marvel, ao transformar heróis icônicos como Capitão América, Homem de Ferro e Feiticeira Escarlate em zumbis, herda a filosofia dos animes japoneses: o medo não está apenas na morte, mas na perda do que nos torna humanos.
Onde Assistir. Clique nos nomes dos animes abaixo.
- Vampire Hunter D – disponível no Prime Video e RetroCrush.
- Devilman – catálogo da Netflix e YouTube (Toei Animation).
- Baoh e Genocyber – podem ser encontrados em plataformas de streaming retrô e coleções em Blu-ray.
- Marvel Zombies (2025) – estreia exclusiva no Disney+.
- Darkstalkers’ Revenge – disponível em reedições da Manga Entertainment.
Essas plataformas oferecem versões restauradas e legais, permitindo revisitar o passado e conhecer a nova fase do terror heróico.
Conclusão
Os animes de zumbis dos anos 80 e 90 abriram o caminho para a estética sombria e o horror existencial que hoje domina o cinema e a televisão. Ao lado dessa tradição, Marvel Zombies (2025) surge como uma homenagem contemporânea a esse legado, unindo a ação dos quadrinhos com o terror psicológico que o Japão explorou há décadas.
Mais do que uma tendência, essa conexão entre oriente e ocidente prova que o medo da corrupção humana é universal e continua vivo, reanimado e cada vez mais fascinante.
Quando falamos de animes clássicos dos anos 80 e 90, é impossível não lembrar das obras que moldaram o terror, a fantasia sombria e o horror corporal na animação japonesa. Entre esses títulos está Vampire Hunter D, um verdadeiro ícone da dark fantasy anime, conhecido por sua atmosfera gótica, seu caçador meio-vampiro e seu visual que influenciou artistas do mundo todo. Não é surpresa que muitos fãs ainda pesquisem por termos como Vampire Hunter D anime, Vampire Hunter D filme e anime de vampiro clássico, tamanha a força dessa obra.
Outro marco da época é Wicked City, frequentemente lembrado quando alguém procura por anime de terror adulto, anime com demônios ou horror japonês clássico. Sua estética grotesca, suas criaturas sombrias e o terror psicológico continuam marcando gerações. Quem explora esse tipo de conteúdo também costuma buscar por animes sombrios e animes de terror psicológico, temas muito presentes nesse título.
Entre as joias obscuras, Baoh sempre aparece nas listas de OVAs dos anos 80 e animes violentos clássicos. O anime mistura ficção científica com mutação biológica, atraindo quem pesquisa por Baoh the Visitor, anime de mutação ou parasita experimental anime. A obra é lembrada por fãs de ficção científica pesada e por admiradores do trabalho de Hirohiko Araki.
Já o universo de Devilman, especialmente nas OVAs The Birth e The Demon Bird, continua sendo referência entre buscadores que procuram Devilman OVA, Go Nagai Devilman, anime de demônios e terror apocalíptico anime. Esses episódios marcaram época ao mostrar a fusão entre humanos e demônios, consolidando Devilman como um dos pilares do horror japonês.
No campo do terror cyberpunk, Genocyber permanece como um dos nomes mais pesquisados por quem gosta de cyberpunk anime clássico, body horror anime ou animes perturbadores. A brutalidade gráfica e o clima de ficção científica distópica fazem com que fãs ainda procurem por Genocyber OVA completo, genetic experiment anime e animes de mutações biológicas.
Fechando a lista, Night Warriors: Darkstalkers’ Revenge é muito lembrado entre fãs de jogos e criaturas sobrenaturais. Termos como Darkstalkers’ Revenge, Night Warriors anime, Morrigan Aensland anime e Lord Raptor são populares entre quem busca anime de monstros clássicos ou adaptações de games. A fusão entre vampiros, múmias, lobisomens e personagens sobrenaturais transforma esse anime em um clássico cult para quem gosta desse estilo.
No geral, essas obras representam o auge dos animes de terror japonês, ficção científica sombria, animes recomendados para adultos e terror psicológico anime. Elas moldaram a forma como entendemos monstros, mutações, demônios e cenários apocalípticos na animação — e até hoje influenciam a cultura pop, tanto no Japão quanto no Ocidente.